Sometimes is never quite enough..

[,,] A saudade ensina ao coração o que sentiu e apreendeu quando estava a amar sem vontade ou sem prestar atenção. Ensina-lhe o que na verdade meteu dentro de si e jamais compreenderá - e que um dia deixará fugir.
A saudade é o castigo das almas puras, mas distraídas. [,,]

sábado, 18 de junho de 2011

Ciclo de Vida


Ciclo de Vida
[18 Dezembro 2010 – voo NY para Lx]

Hoje o céu ganhou uma estrela de luz
Hoje perdi o meu avô
A idade confere-nos maturidade
Sensatez
Experiência
Sabedoria
Chega inclusive a tornar-nos [alguns] pseudo-sábios
Mas não nos prepara nunca para os finais dos ciclos de vida.
A porta fecha-se
E com ela a luz da estrela.
Resta-nos o rastro iluminado e carregado dos momentos vividos e partilhados
As memórias vivas e sempre presentes de quem assumiu um papel fundamental e me guiou ao Homem que hoje sou.
A minha vida,
O meu presente,
Ficaram mais pobres
Mas o meu futuro indiscutivelmente mais rico por teres passado na minha vida.
“O meu netinho!” – dizias tu, como se de um super-herói se tratasse.
Uma admiração e devoção únicas, nessa expressão única que usavas ao me ver e ao falares de mim.
Guardo em mim essa imagem e o brilho dos teus olhos quando me viam.
A forma empolgada como falavas dos tempos que viveste em França,
No que viste na cidade de todas as luzes e das tuas experiencias de vida.
Sinto-me cansado.
Cansado de perder as pessoas que amo
Num sentimento de puro egoísmo, que questiona:
- “porque é que tens de partir?”
- “porque é que tinha de ser agora?”
Sinto-me novamente na idade dos porquês.
Ontem à noite, em N.Y., li uma frase que dizia ”No final vai ficar tudo bem, se não está tudo bem, então é porque não é o final”.
Sinto-me protegido ao pensar, ainda que irracionalmente,
que existe Algo que toma conta de mim, de ti.
De nós. Sempre.

Boa Viagem Avô.

Hoje

Hoje

[,,]Hoje não me sinto.
Hoje não sou nada.
Nem sequer sou.
Hoje é mais uma noite.
Como tantas outras.
A cama continua vazia.
Assim como cada noite que passo sem ti.
Nem sequer tenho forças para segurar.
Para respirar.
Para acordar de manha.
Para conseguir adormecer à noite.
O caos tornou-se caótico num ciclo sem fim.
Num ciclo infinito de repetição atrás de repetição.
Cada momento é um desassossego sossegado pela tua ausência
Pelo teu silêncio.
Hoje sentei-me no chão e soletrei cada palavra
Transformei cada emoção
cada sentimento
Amor;
Abandono;
Arrependimento;
Tristeza;
Angustia;
Perda;
Solidão;
Ansiedade;
Mágoa;
Quero-te roubar para mim.
Eu e tu.
Tu e eu.
Nós dois.
Nós [,,]

Fala comigo

Fala comigo

[,,]Diz-me todas as tuas dúvidas
Faz-me todas as perguntas
Partilha todas as tuas incertezas
Fala-me de todos os teus medos
Mostra-me todos os teus receios
Conta-me todos os teus temores
Verbaliza todas as tuas hesitações
Desenha-me todas as tuas inseguranças
Leva todas as minhas certezas
Ouve as minhas palavras
Lê a minha mente
Olha bem dentro dos meus olhos
Vê o amor que te tenho
O corpo que te ofereço
A fidelidade que contigo quero viver
A paixão que brota do meu peito
Sente as minhas mãos
Sente o cheiro da minha pele
Sente o Homem renovado que sou
O homem que trouxe o Amor de sempre por ti
O menino que virou Homem
Deixa-me libertar-te de todos os medos
De todas as dúvidas e inseguranças
Deixa-me chegar até ti
Não receies o que não há mais por recear
Não vires as costas
Olha-me
Sente-me
Sou eu
Na condição mais pura do Amor
A única
Para ti
Sempre para ti
Por Amor
Fala comigo [,,]

quarta-feira, 15 de junho de 2011

O princípio do fim


O princípio do fim

[,,] Ontem disseste que não sabias se me amavas como Homem.
Silêncio.
Que a partir daquele momento o teu coração estava disponível.
Silêncio.
Senti uma dor que me atravessou o corpo de uma ponta a outra.
Silêncio.
Uma espada que trespassou o meu coração sem avisar
Silêncio.
O meu mundo desabou.
Silêncio.
Desenhei mil teorias.
Rebusquei tudo o que fiz.
Tudo o que deixei por fazer.
Tudo o que disse.
Tudo o que transformei em silêncios.
Tudo o que transformei em ausências.
Assim como nunca se está preparado para a morte, também não se está preparado para se perder o Amor de uma vida.
E não falo de um amor qualquer.
Mas sim do Amor.
O tal.
Aquele que nos faz sentir vivos.
Amados.
Que nos faz sentir borboletas na barriga.
Que nos faz querer perdurar cada momento para a eternidade.
Que nos dá forças todos os dias de manha
Que nos faz procurar o corpo para enroscar a meio da noite
Que nos faz suspirar só de pensar
Que nos dá certezas
Que pegámos e nunca mais vamos largar.
Falo daquele Amor que nos traz as certezas.
A dissipação das dúvidas.
Que nos traz sentido à vida.
Não se ria quem nunca amou de verdade.
Sempre ouvi falar de “morrer de amores”.
Depois ouvi falar de “morrer por amor”.
E nesta morte sempre associei os nossos antepassados que amavam incondicionalmente e perderiam de qualquer forma o sentido da vida se não tivessem mais aquela pessoa que sempre amaram.
Sempre achei meio dramático.
Depois encontrei o verdadeiro Amor.
E hoje depois de o perder, acredito que se possa morrer por amor.
Reformulo.
Por ausência dele.
Em ti encontrei o Estou aqui.
E dei-te o meu Estou aqui.
Em ti encontrei o princípio
O princípio da vida
A dois
De uma partilha incondicional
Em ti encontrei Amor
Paz
Segurança
Encontrei a fórmula para todos os meus medos e receios
Em ti encontrei o “quero ficar aqui para sempre”
Em ti encontrei o sentido das escolhas que fazemos
Das opções
Das cedências
Por amor
Sempre por amor
Tudo por amor
Em ti encontrei o princípio
E acabei no princípio de um fim
Inevitável
Doloroso
Inconsequente
De uma escolha que não é minha
Mas da qual participei
De um principio que espreita
E nos conduz ao fim. [,,]

sexta-feira, 3 de junho de 2011

First Time


First Time
[,,] A minha primeira experiência.
A primeira experiência foi como são todas.
Uma sensação de vulnerabilidade.
De atracção pelo desconhecido.
Um risco que se teme, mas que se quer muito correr.
A dentada no fruto proibido.
Foi a procura no corpo, daquilo que o coração sente. E o corpo deseja.
Um palpitar fervilhante.
Um nervoso miudinho.
A curiosidade de quem nunca sentiu, mas desejou.

Foi uma noite de Verão.
Esperei ansiosamente pela sua chegada, qual jovem a esperar pela sua cara metade, que demorava. Ao chegar, não falei, murmurei. Palavras sem nexo.
Preparei o mergulho no seu doce mar.
Olhámo-nos nos olhos e seguimos a voz que soava mais forte.
A voz do desejo.
Da paixão ardente.
À noite, o quarto era escuro.
Num brilho intenso.
A luz era tão forte que podia cegar.
Dois corpos, como duas tochas lampejantes fundiam-se num corpo só, tão forte era o desejo.
Por entre beijos suaves e carícias fomos ao encontro das sensações perdidas e nunca vividas.
Perdi-me no tempo.
No espaço.
Encontrei-me no seu abraço.
No seu corpo.
Sem saber o que fazia, deixei-me levar.
Guiado pelo seu olhar.
Pela confiança e segurança trazida no toque.
Fui levado por uma onda de prazer.
Tal vaga do mar que vai e que volta e naquele momento desejei ser levado e para sempre ficar.
Senti-me amado.
Desejado.
Senti que com ela conseguia voar e libertar-me deste mundo e entrar no reino da fantasia. Onde tudo era possível.
Onde não havia regras nem limites para amar.
Os nossos lábios sussurraram desejos ardentes, assim como as noites quentes de um longo Verão.
Por entre carinhos e beijos descobrimos as sensações.
Os corpos.
O toque.
Despertámos os sentidos.
Acabámos por conhecer-nos melhor. Um ao outro e a nós próprios.
As fantasias tornaram-se realidade.
Reinventámos o prazer sem mesmo o conhecer.
Mas aquele momento era nosso.
Era intenso.
Viciante e ao mesmo tempo libertador.
Os corpos entraram em harmonia.
No escuro do quarto os corpos colados.
E por entre beijos apaixonados, com o toque percorremos curvas voluptuosas.
Os corpos vibraram.
A intensidade do carinho.
Do toque.
A descoberta dos sentidos.
O meu vulto sobre o corpo dela deitada na cama.
O meu peso sobre o seu corpo.
Foi uma entrega total.
Uma busca intensa do prazer.
Foi a realização dos nossos desejos mais íntimos.
Tornaram-se finalmente reais assim como o nosso prazer de amar.
A minha primeira experiência foi como todas deveriam ser.
Uma onda de prazer.
Simplesmente única. [,,]