Sometimes is never quite enough..

[,,] A saudade ensina ao coração o que sentiu e apreendeu quando estava a amar sem vontade ou sem prestar atenção. Ensina-lhe o que na verdade meteu dentro de si e jamais compreenderá - e que um dia deixará fugir.
A saudade é o castigo das almas puras, mas distraídas. [,,]

terça-feira, 2 de setembro de 2014

já sabes ...



[..]Meu Amor,


O cursor já pisca vazio e certo, como um relógio, há tantas horas seguidas que já não consigo saber se isto que agora escrevo é realmente o que devo escrever.
Errado não é, não sinto que seja errado, porque contigo os errados são estranhamente certos mais tarde, segundos mais tarde, horas mais tarde, meses mais tarde, anos mais tarde.
Escrevo então, olhos postos nas nuvens que passam e os ouvidos preenchidos por ti, por sons que me lembram o bater do teu coração.
Sabes Amor, as lágrimas já caem e são azuis como o céu de Lisboa que passa rápido por entre o alcatrão e as árvores e o cimento e o rio e o verde dos teus olhos cinzentos e tu dentro de mim e eu assim, sorriso nos olhos e as luzes vistas ao contrário, a cabeça deitada no teu colo quente e o amanhã perdido por entre os meus medos e as minhas revoltas sucessivas.
São só lágrimas e eu aceito-as como lágrimas.
Falavamos em sabedoria, noutro dia, e eu estou tão farto, tanto como tu estás, de pensar mil vezes mil, vezes um, em tudo e em tudo, que neste momento acrescentei um zero e só penso mil vezes mil, vezes zero... se rebentar, rebenta assim, no meio do meu fogo e da minha côr azul, como o meu amor por ti.
Existes em mim como ar.
Não tens forma, mas és de todas as formas, não tens cheiro, mas cheiras ao passado, ao agora e ao futuro, não és fria, mas arrepias e és mais quente que o vermelho do meu sangue, não te consigo agarrar mas vives em cada poro, fio de cabelo, lágrima e sorriso. Existes simplesmente aqui. Em mim.
És mil vezes mil, vezes mil pensamentos sem nada mais do que um amor insistente, persistente, emotivo, único.
Já sabes, Amor, que o amor nunca foi o problema.
E é Amor, porque só assim me consigo olhar em cada manhã no espelho transparente da minha alma... inocente e azul, como uma criança.
E é Amor, porque acordo vestido por este amor e sinto-o em cada pedaço de mim e só assim o sorriso, a paciência, a entrega e a ausência de culpa se tornam verdades reais, porque não sei ser nada para além disto que hoje sou.

E é amor.
Sabes, desde sempre sabes, que existem pequenas coisas insignificantes dentro de mim que despertam pequenos momentos perfeitos que eu às vezes não sei se vivi ou não... como os dias de sol no Alentejo e o vento quente que me inebria e me torna ausente, os raios de sol numa casa amarela e de madeira preenchida por sons suaves do mar e das conchas penduradas no teto, como a areia quente e seca que escorre por entre os meus dedos para dentro de uma caixa esquecida e aberta e depois fechada e depois aberta e depois desfeita por entre a inevitável realidade de que nunca serias fisicamente minha... às vezes, percebo, que não são coisas que despertam coisas, mas és tu que despertas coisas em mim.

Agora, Amor, que sabes que é Amor, relaxa, sente a minha paz, tenho tanto mais para te dizer.
Somos espelhos. Tu e eu. Espelhos das nossas certezas e das nossas ideias e das nossas palavras e das nossas inseguranças e dos nossos medos. Dou por mim, numa espiral de fumo, para cima e para baixo, com lágrimas, sem lágrimas, com risos, sem risos, branco e preto e azul e vermelho e branco de novo, como a luz do nosso mundo. Sempre que sobes, eu desço, sempre que ris, eu choro, sempre que duvidas, eu sei, sempre que sabes, eu fujo.
Somos um castelo, já sem paredes, já sem escadas, já sem nada... um castelo enorme e vasto como a nossa alma comum.
Temos uma alma comum. Quando te sinto dentro de mim, sinto-me comum, contigo. E é esta Alma comum a ti e a mim que me faz saber o que às vezes não me consegues dizer.
Percebo o teu medo de nós.
Percebo que não me queiras iludir, desiludir, convencer, amar, desesperar... percebo que comigo não há redes elásticas por baixo, não há anéis em dedos, para sempre, nem outras pessoas como nós ali à espreita, só à espreita para o caso de...
Tu és minha e eu sou teu.
E é amor.
Alcançada a conclusão, só posso dizer-te que esperar ou não esperar por ti, ligar o teu número ou não ligar, escrever-te ou não te escrever, ler-te ou não te ler, planear mais uma viagem ou optar por não o fazer, estares dentro de mim ou não estares, seres ou não seres a tal, não depende do amor que sinto, nem do amor que sentes.
Depende de pedaços de mundos de outras pessoas, depende de alturas certas e de outras menos certas, depende de coincidências e de espirais intermináveis de fumo que sobem e descem a uma velocidade tal que já não consigo mais controlar isto que sou e que sinto.
E o meu silêncio é, ainda agora, uma luta contra o amor que existe em mim.
Sei que sou importante.
Percebo que nunca me quiseste magoar. Mas... magoaste.
Não, não foi por não teres vindo.

Foi pelo depois.
E quer eu tenha razão, ou não, a certeza de saber dentro de mim que não iniciaste a viagem, sequer, e a forma fria como me protegeste, fez-me perceber que não podes arriscar perder-me, porque... eu sou teu. 
E tu minha.

O amanhã não pertence a ninguém, meu Amor.

Deixa-o vir, ele vai valer a pena, ele vai acontecer, porque é AMOR. [..]



sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

また近いうちに...



















[,,]Se amanhã eu não vier, não penses que o fiz porque quis.
Muito menos porque seria o melhor para nós.
Definitivamente, esta não seria a nossa melhor solução.
Mas se amanhã eu não vier, lembra-te do homem que tu tão bem conheceste.
Não recordes apenas aquele que partiu sem sequer se despedir, pois não teve escolha.
Lembra-te do menino que sorriu por tantas vezes ao teu lado, e até chorou contigo tantas outras vezes, numa partilha única, de uma vida.
Lembra-te daquele que perdia o sono quando sonhava que te perdia.
Não lembres somente aquele que te escreveu esta carta, sem ao menos dar-te um beijo antes de ir.
Não, isso é tudo o que eu menos quero.
Quero que te lembres daquele que dividiu segredos contigo e não se sentiu mais fraco por isso. Pelo contrário, ficou ainda mais forte.
Pensa no menino que sussurrou baixinho que te amava e que estava disposto a enfrentar tudo e todos para provar que o que dizia era verdade.
A começar tudo de novo. Na própria cidade, na próxima, em Tóquio, N.Y. ou no Evereste.
Não penses que ele partiu por ser covarde, não, isso não foi com toda a certeza.
Talvez ele tenha partido para poder voltar um dia, mais forte e mais completo, já que “o agora” não permite fazer o bem como quanto gostaria. Ele até poderia olhar nos teus olhos antes de o fazer, mas ele não queria um adeus, uma despedida cheia de lágrimas e de abraços, que pareceriam os últimos.

Ele preferiu deixar-te esta carta, com a promessa de que voltará, um dia, e que a despedida nem sempre se faz necessária, porque estará sempre contigo.
Ele só quer que te recordes dos momentos que dividiram, dos sonhos, da cumplicidade, das confissões feitas entre tanto carinho e amor.
Sim, ele partiu, mas nunca irá embora. Ele irá olhar-te por entre os olhares nas calçadas e das luzes das cidades, nas viagens em torno do mundo, nos mergulhos com sabor a sal, na magia dos concertos e teatros, no ar quente de verão, em todas as praias e faróis deste mundo, e irá ver-te em cada centímetro de si mesmo.
Ele vai lembrar-se dos sorrisos e dos risos, das piadas que ninguém mais entendia, só vocês.
Ele vai lembrar do jeito como conversavam, do modo carinhoso como chamavam um ao outro, daquele olhar que brilhava quando o vias chegar.
Ele quer sentir a saudade, mas saber que ainda são um do outro.
Ele só não quer deixar que a proximidade distante mate o amor aos poucos, e é por esse amor que ele decidiu partir.
Mas deixou a maior parte dele contigo, desde o primeiro beijo que te deu. E mesmo que ele quisesse, não poderia ir tão longe. É como se quilómetros os separassem enquanto um milímetro os aproximasse. Vocês estarão à distância de um amor. O Vosso. O de sempre.

A distância entre nós pode ferir-me profundamente, mas nada me fará esquecer-te. Um milhão de palavras não podem fazer que voltes. Sei-o, porque tentei-o. Também não um milhão de lágrimas. Sei-o porque chorei até não poder mais... [,,]


terça-feira, 23 de julho de 2013

..tão melhor


















[,,]Sabes, hoje pensei em nós...
Não sei porquê, de repente, todo um mundo de lembranças despertou dentro de mim.
O mais lógico seria esquecer.
Seria apagar-te do livro do meu coração. Perante tamanha distancia e indiferença. 
Mas, de repente, comecei a pensar que não sei o que provocou isto.
Talvez tenha sido uma rosa triste que vi morrer no vaso da sala.
A toalha ficou cheia de pétalas secas, desfeitas, como se fossem lagrimas vermelhas que a flor chorou,
Ou talvez o pôr-do-sol bonito que vi
Nada restou.
Nada.
Depois de nos termos afastado, pensei que ia continuar a viver,
como antes de entrares na minha vida.
Até sorri, no dia que não te beijei.
Mas hoje compreendo que ficaste em mim
Ficaste na minha vida.
Penetraste com força no meu sangue
que palpita forte e se revira dentro de mim
Como se fosse um ser, ligado misteriosamente a mim, por laços reais que não vemos, mas sentimos.
Sinceramente, não sei qual caminho que vou seguir.
Estou a tentar esquecer-te, mas é difícil.
Vieste para a minha vida como um pouco de brisa vem para a tarde quente de verão
Simplesmente..
Apareceste como um pouco de beleza que eu jamais sonhara ver..
E que de repente surgiu.
Não quero nada alem de ti.
De hoje, de agora, de sempre.
Houve um tempo que pensei que amar fosse apenas desejo, contacto de lábios, de corpos, de mãos.
Aprendi que o verdadeiro sentimento vem de dentro.
Das profundezas da alma.
Do fundo do coração.
Estou só.
E por isso analiso o que sinto por ti.
Analiso esta ansiedade,
esta vontade imensa de te ver,
de te apertar nos meus braços.
De sentir a tua presença,
ouvir as tuas palavras
e ver a tua alma debruçada nesses olhos que são a luz da minha vida.
Retrocedi pelo meu caminho
e pensei que estava na hora de recomeçar a viver.
Mas senti que não estava só
Havia a sombra da saudade que me segue
Falando-me de ti
De nós
Por isso penso em ti
Nesta noite vazia de beleza
Mas cheia de saudade
Que fomos algo e hoje não somos nada
Apenas dois estranhos
Dois estranhos separados.
Ausentes.
Sinto-me só
E continuarei.
Como se a vida tivesse perdido o sentido,
como se o adeus tivesse morto em mim o que eu tinha de mais nobre
De mais belo.
A capacidade de amar.
Nada restou para mim.
Só este conteúdo de saudade.  
Sabes, às vezes dou comigo a perguntar-me de onde surgiste tu,
em que caminho me apareceste,
ou se já vinhas colada a mim faz tempo
Se fui eu que fui embora ou se foste tu que decidiste ficar para trás
Ás vezes pergunto-me quem desistiu primeiro,
ou mesmo se houve desistência,
ou então fico sem saber que nome dar ao que vivemos,
sabendo que não era amor, era melhor.
Pergunto-me se errei ao confessar que te amava,
se te encheu a vaidade e se te colocou um passo á frente
Se valerá a pena arriscar,
ou viver no desconhecido sempre à espera de surpresas
Se nesse silêncio que me ofereces, se ficaste com recordações de nós dois,
se te lembras de ti na minha casa, no meu sofá, sentados no chão à mesa
Com esse teu tamanho despreendimento, pergunto-me se terei a coragem suficiente para levar a cabo as minhas intenções de começar realmente de novo
Se estarei a ir pelo melhor caminho
e qual é?
E pergunto-me quem sou eu[,,]. 


quinta-feira, 18 de julho de 2013

A 1 passo


























[,,]Estou sentado, em solidão, no meio de uma enorme multidão de sentimentos e emoções confusas que se propagam desde os meus olhos até às plantas dos meus pés.
As palavras existem dentro de mim e continuam a ser quem eu sou, mas a origem destas palavras é estranhamente nova e ao mesmo tempo velha como uma carta que amareleceu por entre as folhas de um livro antigo.
Sinto-me eu, mas não me sinto eu.
Quero que saibas que és única para mim, porque me fazes sentir único.
Contigo sou o que nunca fui com ninguém.
És a platonicamente perfeita companheira da minha vida imperfeita.
Sou homem porque tu és mulher..
Sinto vontade, meu amor, de te chamar de meu amor.
Sinto vontade de me despir desta pele, deste cabelo, destes olhos, destes medos.
Sinto vontade de sofrer, porque escolher-te será escolher a mudança e a mudança implica sofrimento.
Agora é Verão e as folhas são verdes e o nosso castelo não sente a força da chuva e da lama.
Tu escreves-me e olhas-me à distância, tão quente como a areia branca de outros tempos.
Tenho saudades.
Como sempre tive.
Não julgo que seja por acaso o facto de ainda aqui estarmos.
Agora é Verão e julgamos que o frio nunca poderá ser mais do que uma ilusão.
Meu amor.. com certeza estamos enganados..
Trazes tudo de volta.
As palavras.
A alegria.
A paixão.
A incerteza da possibilidade de seres mais do que és neste momento em que te escrevo.
Quero-te e pertenço-te.
Não te quero nada.. mas pertenço-te.
Claro que te quero.. sei lá se pertenço a alguém.
Tenho medo de perder.
Tenho medo de ganhar!
Estas palavras, por si só, são inequivocamente o início da minha desfragmentação moral.
Parto-me em mil pedaços.
Sinto-me pérfido, frio, calculista mas nunca, nunca me senti tão quente, tão ansioso e deslumbrado.
Estamos a 1 passo da tua cama. Também o sentes?
Sem provocação.
Sem dúvida.
Sem plano.
Sem razão..a 1 passo.. da mudança. [,,]

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Metade de mim

























[,,] Não quero viver o resto da minha vida a pensar em ti e a sonhar com o que poderia ter sido.
Uma vez disse-te que não te podia prometer que nunca te ia magoar.
Assim como tu a mim.
Porque sei que não existem pessoas perfeitas, mas sei que ainda existem algumas boas, como tu.
Sei que todos temos experiências menos boas que nos deixam marcas para o resto da vida, mas não podemos ignorar o coração para não termos desilusões, e sobretudo não podemos condenar á partida todas as pessoas que se tentarem aproximar, por coisas que não fizeram, porque vamos sofrer na mesma e fazer sofrer também.
Por tudo isto, por mim, por ti e pelos bons momentos que já partilhámos, pondera se será mesmo este o melhor caminho.
Desculpa se te estou a desiludir ao insistir e se te desiludi, mas morro de saudades tuas.
Que a força do medo que tenho não me impeça de ver o que anseio.
Que a morte de tudo que acredito não me tape os ouvidos e a boca.
Porque metade de mim é o que eu grito, mas a outra metade é silêncio.
Que a musica que eu ouço ao longe seja linda, ainda que triste.
Que a mulher que eu amo seja para sempre amada, mesmo que distante.
Porque metade de mim é partida e a outra metade é saudade.
Que as palavras que falo não sejam ouvidas como prece, nem repetidas com fervor, apenas respeitadas como a única coisa que resta a um Homem inundado de sentimento.
Porque metade de mim é o que ouço, mas a outra metade é o que calo.
Que essa vontade de ir embora se transforme na calma e na paz que eu mereço.
Que essa tensão que me corrói por dentro seja um dia recompensada.
Porque metade de mim é o que penso e a outra metade é um vulcão.
Que o medo da solidão se afaste, que o convívio comigo mesmo se torne menos suportável.
Que o espelho reflita no meu rosto o doce sorriso que lembro ter dado na infância.
Porque metade de mim é a lembrança do que fui, a outra metade eu não sei.
Que não seja preciso mais do que uma simples alegria para me aquietar o espírito.
E que o teu silencio me fale cada vez mais.
Porque metade de mim é abrigo, mas a outra metade é cansaço.
Que a arte nos aponte uma resposta, mesmo que ela não saiba, e que ninguém a tente complicar porque é preciso simplicidade para fazê-la florescer.
Porque metade de mim é a plateia, e a outra metade é a canção.
E que a minha loucura seja perdoada.
Porque metade de mim é Amor.. e a outra metade.. também..[,,]

terça-feira, 28 de maio de 2013

For a thousand years


























[,,] Pus de novo a tocar a nossa música, para ter a sensação de que estou mais próximo de ti.  
Não sei se sentes a minha falta ou simplesmente já me esqueceste.
Como diz a música, "for a thousand years". 
Um amor feito de corpo, de suor e de silêncios.
Silêncios descomprometidos e defensivos do nosso viver solitário que ambos conhecemos tão bem, porque um dia amamos e perdemos. 
Silêncio que nos protege de nós mesmos e do arrepio que nos faz tremer o corpo quando nos tocamos.
Aprendemos algures no tempo que as palavras são vinculativas e que uma vez ditas, dificilmente são apagadas.
Palavras que nos modificam..
Por isso te disse ontem, meio a medo, arriscando tudo "Amo-te"!  Querendo desta forma alterar as malhas do destino e fazer-te minha, um pouquinho minha.
Perdoa-me. Sei que é leviano falar assim de amor, mas porque não?
Porquê perder o tempo e o momento certo?
A palavra fica sem substância, sem peso e perde sentido. Volatilizando com ela qualquer eventual vinculação.
Meu amor, meu amor, deixa-me ver-te assim, um pouco minha.
Deixa-me vislumbrar um pouco desse "nós" que ainda não se fez, e que a minha esperança teima em fazer-me acreditar que ainda é possível vir a existir!
Sempre que penso em desistir de ti e seguir outro caminho fico angustiado, sufocado com a perspectiva de deixar de te poder tocar e absorver. E temo que me esqueças irremediavelmente e me coloques no sítio mais distante da tua memória, um sítio sem importância e sem história. Abandonado a esse lugar resignado de ausência. Não. Não quero ser isto para ti! Um recanto obscuro da vida no qual se depositam as fraquezas.
Quero ser a tua luz, a janela aberta com vista para os sonhos e a esperança. 
Mas hoje, deitei-me com a sensação que não passo desta sombra, fria e escondida, onde te refugias sempre que a luz te ofusca e a janela se fecha.
Meu amor, como gosto de te amparar nos braços e deixar-te descansar neles.
Não sei se ainda me amas .. Ou finges não amar...
Por vezes quase que o vejo nos teus olhos quando me invades vorazmente nesse
desespero do desejo contido, abafado em gemidos, misturado com a loucura de um momento. E dizes-me, ofegante, que me adoras, enquanto me apertas contra ti nessa ânsia de me domares, nesses momentos vibrantes, sem censura, que te sinto como tu és e te acolho toda.
Se eu pudesse colocar-te esse amor no peito, para ver nos teus olhos essa luz perdida e sentir nessa boca o sabor doce de um beijo dado sem tempo.
E eu seria inspiração, alento, traduzido em música, em memórias, em quereres.
Ao mesmo tempo que o cd vai passando, rápido, e a música se espalha, cai sobre
mim a esperança de um dia, quando me abrires a porta e me rodeares a face com as mãos, olhes para mim e vejas quem sou. 
Eu, como tu; ali para me dar e para te receber; tu, para finalmente me reconheceres no homem que me tornei .. Meu amor.
Eu, em carne e alma.
Num amor voraz que o tempo teima em não fazer cumprir.
Num atraso inexplicável que me queima a lógica e me turva o sentimento.
Amo-te.
E isso é definitivo. [,,]

quinta-feira, 23 de maio de 2013

meu amor


 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
[,,]Esta noite, esta noite sentei-me na beira da cama e quis escrever tudo diferente. Falar-te do meu amor.
Da minha paixão por ti.
Quis ser o poeta romântico e sonhador..
Mas perdoa-me se esta noite não vou sonhar.
Se esta noite o coração não vai conseguir descansar, ser ele próprio.
Vou fechar-me no quarto.
Esconder-me da noite que me traz tristeza e solidão.

Esta noite sei que as lágrimas vão encher os meus olhos e não vou poder olhar para além das sombras do meu quarto.
Vou procurar a luz no lado errado, onde a Lua, escondida, traz a noite.
Vou desesperar.
Vou-me perder.
Sozinho.
Vou estender as mãos e sentir-te longe.
Vou assustar-me e sentir o mundo escurecer.
Vou sentir-me cansado.
Como se de uma noite fria de Inverno não me conseguisse abrigar..
A chuva vai encontrar o meu coração e juntar-se às lágrimas que caem.
Não vou conseguir afastar-me do frio.
Não vou conseguir ser forte por não estares ao meu lado.
Não vou conseguir ir ao encontro da minha força interior.
Esta noite vou sentir medo e dor e sentir-me confuso.
Chamo por ti.
Como se desse um grito mudo.. que não vai ser ouvido.. sem resposta.
O silêncio apoderou-se de mim.  

Estavas linda da última vez que te vi.
Juntei todas as forças do universo para não te mostrar a minha tristeza, para não te pedir que não fosses. Que ficasses comigo.
Tenho medo.
Fechei a porta do carro e ficou um vazio, que me acompanhou até não me largar mais. Não sabia mais o que fazer.
Esperei.
Senti a tua falta.. E se não voltares mais?
Resta-me a esperança de que seja só a minha insegurança.
Neste momento apetece-me fugir.
Correr.
Esconder-me.  
O tempo parece nunca mais passar, os ponteiros do relógio não rodaram desde a última vez que olhei.
Tenho saudades tuas.. de ti.
Da última vez que estivemos juntos, vinhas brilhante, linda..senti-te..o teu cheiro, o teu beijo, os teus olhos..e a química, o sentimento, a emoção.. o arrepiar da alma.. estava tudo lá..

Sem dar conta fui invadido pelo filme da nossa vida..uma sessão de “flashes” que se sucederam..os momentos que passámos juntos, das horas ao telefone..dos nossos encontros no farol, das maos dadas de forma perfeita, das gargalhadas, de chorarmos a rir, do sentarmos em frente ao rio e vermos o mundo de "OZ", onde vivia o feiticeiro, do carinho que nos envolvia de todas as vezes que estávamos juntos, dos abraços cheios de ternura, das músicas que partilhámos nas tardes quentes de Verão.. de um beijo loucamente adolescente no sofa na minha casa, e receei ver como ia acabar.. fechei os olhos.. e as mãos com força..

Hoje acordei melancólico e triste..senti o peso de todos os meus medos e inseguranças em cima da minha cabeça..o corpo, a alma, alguém os levou de mim.

Hoje sei que vou andar sem sentir o chão, que vou olhar sem nada ver.. que vou ligar o rádio e parar numa música romântica ou quase psicótica nos versos, porque eu mesmo me sinto desconexo, confuso e estranho.

Hoje o tempo vai demorar a passar, mas quando der por isso já a noite invadiu o dia, na habitual batalha pela supremacia na Terra, e com ela vem a tristeza.. E o Sol perde o reino para a Lua, na sucessiva cadência da ilusão temporal..
Apeteceu-me escrever-te.. resgatar este prazer de cá de dentro, mas talvez isto seja apenas uma desculpa para me mostrar a ti.. nesta atitude egoísta.
Talvez tenha sentido saudades tuas desde o instante em que abri os olhos e me deparei com este mundo, com o dia, com a luz e não te vi ao meu lado..

Tento ganhar forças e acreditar que a nossa estória não se construiu em breves estórias passionais e intensas que se esfumaram na voracidade do tempo. Nasceu de um amor verdadeiro, de um sentimento genuíno.  
Talvez um dia esta insegurança acabe por desvanecer-se e se volatilize sem deixar rasto. Talvez permaneça. Ou vença o coração. Ou a razão.

Porque uma estória de amor como a nossa é eterna. Tão idílica como verdadeira.
Talvez ainda não tenha perdido o gosto de voar pela ilusão da paixão e de sentir a chama acesa dentro do meu peito, porque preciso de te amar para me sentir vivo.
E nestes momentos de angústia.. de medo, peço que não passes na minha vida como uma brisa aromática e morna, que tão depressa nos aquece o coração como nos deixa um sabor amargo na boca pela sua brevidade e subtileza.
Sê antes um tufão, uma tempestade, para que eu possa sempre comprovar a marca dos teus passos no meu caminho..
Faz-me perdurar no tempo, esse tempo que me consome a inspiração e o corpo. Faz-me permanecer em ti para que eu possa continuar a existir!
Amo-te. [,,]

segunda-feira, 13 de maio de 2013

[,,]Até ao fim do mundo[,,]

















[,,]Hoje escrevo-te, uma vez mais, de dentro da minha alma. Não sei mais se são sentimentos transformados em palavras, se palavras respiradas pelo peito e que teimam, de um jeito doce, em ser cravadas no papel. O que for. O que seja. O que têm em comum? – São genuínos.
Tu e eu.
Tudo aconteceu de um jeito tão deliciosamente repentino e frenético.
Num dia estávamos longe. Ausentes.
E passado todo esse tempo, sem assim o esperarmos, éramos invadidos por uma sede incontrolável de saber um do outro.
De nos sentirmos. Das palavras. Do toque. Do abraço.
Ouvíamos atentamente a voz um do outro. Cada timbre, cada suspiro.
E sem darmos conta do tempo, do caminho percorrido, estamos numa estrada caminhando sobre o asfalto.
Os dois.
Juntos.
Um trilho.
As mãos estão dadas.
Abraçámo-nos.
Numa cumplicidade e entrega de uma vida.
Como se o tempo tivesse parado para nos sentirmos.
Para nos descobrirmos.
Para nos respirarmos.
Para saborearmos cada segundo, cada som, cada carinho, cada olhar..numa cumplicidade jamais experienciada.
Estava tudo lá.
Tu.
Eu.
O mar.
A Lua.
A cumplicidade.
O Amor. 
Não foi um momento de descoberta.
Mas sim de reconhecimento.
O peito não descolava do teu.
As mãos não se largavam.
A tua respiração aquecia o meu corpo e a minha o teu.
A cada toque..uma viagem dos sentidos.
Uma viagem sem retorno. Sem igual.
O brilho do teu olhar era o nosso mundo.
E tu e eu, o polo norte e o polo sul.
Agora eu.
Agora tu.
Numa partilha sem igual. Sem precedentes.

Sabes, antes de começar a escrever esta carta, passei o dia com aquele nervoso miudinho. Quis que fosse perfeita, a escolha do "papel", das palavras, das cores..como se fosse isso o mais importante para que o que escrevo se torne único. E comecei a escrever, como uma criança excitada com algo que desconhece, com o que está prestes a acontecer, mas segue na mesma. Sem que isso a detenha. As borboletas na barriga eram mais que muitas. Milhões. Milhões vezes outros tantos milhões.
Sabes, Amor, contigo sinto-me assim, nas nuvens.
Aquele momento mágico que acontece somente uma vez na vida e que fica para sempre na memória, na essência.
Na essência, consegues sentir a importância disso? A Essência.
Borboletas na barriga, um arrepio quente, todas as emoções juntas num mesmo momento, numa mesma cor, num mesmo cheiro, numa mesma imagem..inesquecível..inexplicável..imensurável..

O final de tarde caiu sobre nós e as minhas certezas eram a hélice que me conduzia até ti. Em ti. Pelo ar de sentir-te. Por caminhos onde nunca passei. Os teus olhos que nunca esqueci. Os teus lábios que beijei num único beijo, longo e doce. O teu cheiro que tinha guardado em mim. O teu sabor que nunca provei. O teu corpo que nunca toquei. Fui invadido por uma certeza..e a luz da vela que teimava em iluminar o quarto, refletia a chama no teu rosto..e dentro de mim soou uma voz que disse.. “tu és tão bonita, és o reflexo da minha alma..quero ficar aqui para sempre”.
E nesse mesmo instante, com sabor a eternidade, olhei novamente para ti, deitada naquela cama, naquele nosso quarto desenhado a preceito, que transbordava a sensualidade, a paixão..a eternidade.
E agradeci.
Sou um Homem de sorte - pensei.
Enquanto as pessoas elevam preces..pedem riquezas..naquele momento, o meu único pedido..era que me encontrasses..tal e qual como sou.
E que me aceitasses.
Que a tua presença me trouxesse sempre alegria, confiança e paz..nesse instante..nesta vida.
Nem sei se te apercebeste, ou se escondi nas sombras do quarto, das lágrimas que correram no meu rosto, como resultado de uma série de reações esquecidas pelo meu corpo, pela minha alma e principalmente pelo meu coração.
Como um dragão, que acorda depois de séculos hibernado, como se estivesse adormecido por um feitiço, ou talvez pela segurança de uma redoma que o protege.

Com que direito entras na minha vida e te aconchegas, tomando conta de cada pedacinho do meu coração? Que cruzada é essa Nekita? Não pediste licença, nem sequer tocaste à campainha. Mas já estás instalada, não sei como, mas a certeza que tenho é que, hoje tu és única. E amanhã continuarás única. Sim, confesso, estou com medo. O menino-homem, de pés grandes, também tem medos. Por isso, admito sem reservas que, estou com medo. Com muito medo, aliás. Tinha conseguido adormecer o dragão, e achei que nunca mais fosse acordar, mas descuidei na segurança, tu vieste e foi acordado.
E agora o que faço? Não está mais nas minhas mãos o controlo.
Sinto-me vulnerável, indefeso. Pior.. não quero defender-me.
Já sentiste vontade de chorar assim do nada?

Sabes Amor, conheço-te. Desconheço-te. Tens palavras bonitas a pulsar dentro de ti. Tens uma alma bonita. És uma Mulher. Tens um corpo de sonho. De viagens e sensações únicas. Reinventaste-me aos poucos. Lutas contra aquilo que te faz mal. Sabes que às vezes é sábio dar um passo atrás para poder caminhar em frente. Embora te custe, sabes que às vezes temos que saber perder. Sabes ouvir-me, mesmo quando explodes antes de pensar. A insatisfação e a sofreguidão com que vives, tornam-te intensa, mágica, magnética, mas são também os causadores das tuas inseguranças e temores. Fazer-te feliz, constantemente feliz e emocionalmente saciada, é porventura uma tarefa hercúlea, mas, para o homem que o conseguir, altamente recompensadora. E eu arrisco a dizer-te..eu sou esse Homem. Com esse Amor no meu peito. Trago-o comigo desde o dia em que te conheci. E Amor, por ti vou até ao fim do mundo. Ao fim do mundo.
Amo-te de paixão.