Sometimes is never quite enough..

[,,] A saudade ensina ao coração o que sentiu e apreendeu quando estava a amar sem vontade ou sem prestar atenção. Ensina-lhe o que na verdade meteu dentro de si e jamais compreenderá - e que um dia deixará fugir.
A saudade é o castigo das almas puras, mas distraídas. [,,]

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

また近いうちに...



















[,,]Se amanhã eu não vier, não penses que o fiz porque quis.
Muito menos porque seria o melhor para nós.
Definitivamente, esta não seria a nossa melhor solução.
Mas se amanhã eu não vier, lembra-te do homem que tu tão bem conheceste.
Não recordes apenas aquele que partiu sem sequer se despedir, pois não teve escolha.
Lembra-te do menino que sorriu por tantas vezes ao teu lado, e até chorou contigo tantas outras vezes, numa partilha única, de uma vida.
Lembra-te daquele que perdia o sono quando sonhava que te perdia.
Não lembres somente aquele que te escreveu esta carta, sem ao menos dar-te um beijo antes de ir.
Não, isso é tudo o que eu menos quero.
Quero que te lembres daquele que dividiu segredos contigo e não se sentiu mais fraco por isso. Pelo contrário, ficou ainda mais forte.
Pensa no menino que sussurrou baixinho que te amava e que estava disposto a enfrentar tudo e todos para provar que o que dizia era verdade.
A começar tudo de novo. Na própria cidade, na próxima, em Tóquio, N.Y. ou no Evereste.
Não penses que ele partiu por ser covarde, não, isso não foi com toda a certeza.
Talvez ele tenha partido para poder voltar um dia, mais forte e mais completo, já que “o agora” não permite fazer o bem como quanto gostaria. Ele até poderia olhar nos teus olhos antes de o fazer, mas ele não queria um adeus, uma despedida cheia de lágrimas e de abraços, que pareceriam os últimos.

Ele preferiu deixar-te esta carta, com a promessa de que voltará, um dia, e que a despedida nem sempre se faz necessária, porque estará sempre contigo.
Ele só quer que te recordes dos momentos que dividiram, dos sonhos, da cumplicidade, das confissões feitas entre tanto carinho e amor.
Sim, ele partiu, mas nunca irá embora. Ele irá olhar-te por entre os olhares nas calçadas e das luzes das cidades, nas viagens em torno do mundo, nos mergulhos com sabor a sal, na magia dos concertos e teatros, no ar quente de verão, em todas as praias e faróis deste mundo, e irá ver-te em cada centímetro de si mesmo.
Ele vai lembrar-se dos sorrisos e dos risos, das piadas que ninguém mais entendia, só vocês.
Ele vai lembrar do jeito como conversavam, do modo carinhoso como chamavam um ao outro, daquele olhar que brilhava quando o vias chegar.
Ele quer sentir a saudade, mas saber que ainda são um do outro.
Ele só não quer deixar que a proximidade distante mate o amor aos poucos, e é por esse amor que ele decidiu partir.
Mas deixou a maior parte dele contigo, desde o primeiro beijo que te deu. E mesmo que ele quisesse, não poderia ir tão longe. É como se quilómetros os separassem enquanto um milímetro os aproximasse. Vocês estarão à distância de um amor. O Vosso. O de sempre.

A distância entre nós pode ferir-me profundamente, mas nada me fará esquecer-te. Um milhão de palavras não podem fazer que voltes. Sei-o, porque tentei-o. Também não um milhão de lágrimas. Sei-o porque chorei até não poder mais... [,,]