Sometimes is never quite enough..

[,,] A saudade ensina ao coração o que sentiu e apreendeu quando estava a amar sem vontade ou sem prestar atenção. Ensina-lhe o que na verdade meteu dentro de si e jamais compreenderá - e que um dia deixará fugir.
A saudade é o castigo das almas puras, mas distraídas. [,,]

terça-feira, 23 de julho de 2013

..tão melhor


















[,,]Sabes, hoje pensei em nós...
Não sei porquê, de repente, todo um mundo de lembranças despertou dentro de mim.
O mais lógico seria esquecer.
Seria apagar-te do livro do meu coração. Perante tamanha distancia e indiferença. 
Mas, de repente, comecei a pensar que não sei o que provocou isto.
Talvez tenha sido uma rosa triste que vi morrer no vaso da sala.
A toalha ficou cheia de pétalas secas, desfeitas, como se fossem lagrimas vermelhas que a flor chorou,
Ou talvez o pôr-do-sol bonito que vi
Nada restou.
Nada.
Depois de nos termos afastado, pensei que ia continuar a viver,
como antes de entrares na minha vida.
Até sorri, no dia que não te beijei.
Mas hoje compreendo que ficaste em mim
Ficaste na minha vida.
Penetraste com força no meu sangue
que palpita forte e se revira dentro de mim
Como se fosse um ser, ligado misteriosamente a mim, por laços reais que não vemos, mas sentimos.
Sinceramente, não sei qual caminho que vou seguir.
Estou a tentar esquecer-te, mas é difícil.
Vieste para a minha vida como um pouco de brisa vem para a tarde quente de verão
Simplesmente..
Apareceste como um pouco de beleza que eu jamais sonhara ver..
E que de repente surgiu.
Não quero nada alem de ti.
De hoje, de agora, de sempre.
Houve um tempo que pensei que amar fosse apenas desejo, contacto de lábios, de corpos, de mãos.
Aprendi que o verdadeiro sentimento vem de dentro.
Das profundezas da alma.
Do fundo do coração.
Estou só.
E por isso analiso o que sinto por ti.
Analiso esta ansiedade,
esta vontade imensa de te ver,
de te apertar nos meus braços.
De sentir a tua presença,
ouvir as tuas palavras
e ver a tua alma debruçada nesses olhos que são a luz da minha vida.
Retrocedi pelo meu caminho
e pensei que estava na hora de recomeçar a viver.
Mas senti que não estava só
Havia a sombra da saudade que me segue
Falando-me de ti
De nós
Por isso penso em ti
Nesta noite vazia de beleza
Mas cheia de saudade
Que fomos algo e hoje não somos nada
Apenas dois estranhos
Dois estranhos separados.
Ausentes.
Sinto-me só
E continuarei.
Como se a vida tivesse perdido o sentido,
como se o adeus tivesse morto em mim o que eu tinha de mais nobre
De mais belo.
A capacidade de amar.
Nada restou para mim.
Só este conteúdo de saudade.  
Sabes, às vezes dou comigo a perguntar-me de onde surgiste tu,
em que caminho me apareceste,
ou se já vinhas colada a mim faz tempo
Se fui eu que fui embora ou se foste tu que decidiste ficar para trás
Ás vezes pergunto-me quem desistiu primeiro,
ou mesmo se houve desistência,
ou então fico sem saber que nome dar ao que vivemos,
sabendo que não era amor, era melhor.
Pergunto-me se errei ao confessar que te amava,
se te encheu a vaidade e se te colocou um passo á frente
Se valerá a pena arriscar,
ou viver no desconhecido sempre à espera de surpresas
Se nesse silêncio que me ofereces, se ficaste com recordações de nós dois,
se te lembras de ti na minha casa, no meu sofá, sentados no chão à mesa
Com esse teu tamanho despreendimento, pergunto-me se terei a coragem suficiente para levar a cabo as minhas intenções de começar realmente de novo
Se estarei a ir pelo melhor caminho
e qual é?
E pergunto-me quem sou eu[,,]. 


quinta-feira, 18 de julho de 2013

A 1 passo


























[,,]Estou sentado, em solidão, no meio de uma enorme multidão de sentimentos e emoções confusas que se propagam desde os meus olhos até às plantas dos meus pés.
As palavras existem dentro de mim e continuam a ser quem eu sou, mas a origem destas palavras é estranhamente nova e ao mesmo tempo velha como uma carta que amareleceu por entre as folhas de um livro antigo.
Sinto-me eu, mas não me sinto eu.
Quero que saibas que és única para mim, porque me fazes sentir único.
Contigo sou o que nunca fui com ninguém.
És a platonicamente perfeita companheira da minha vida imperfeita.
Sou homem porque tu és mulher..
Sinto vontade, meu amor, de te chamar de meu amor.
Sinto vontade de me despir desta pele, deste cabelo, destes olhos, destes medos.
Sinto vontade de sofrer, porque escolher-te será escolher a mudança e a mudança implica sofrimento.
Agora é Verão e as folhas são verdes e o nosso castelo não sente a força da chuva e da lama.
Tu escreves-me e olhas-me à distância, tão quente como a areia branca de outros tempos.
Tenho saudades.
Como sempre tive.
Não julgo que seja por acaso o facto de ainda aqui estarmos.
Agora é Verão e julgamos que o frio nunca poderá ser mais do que uma ilusão.
Meu amor.. com certeza estamos enganados..
Trazes tudo de volta.
As palavras.
A alegria.
A paixão.
A incerteza da possibilidade de seres mais do que és neste momento em que te escrevo.
Quero-te e pertenço-te.
Não te quero nada.. mas pertenço-te.
Claro que te quero.. sei lá se pertenço a alguém.
Tenho medo de perder.
Tenho medo de ganhar!
Estas palavras, por si só, são inequivocamente o início da minha desfragmentação moral.
Parto-me em mil pedaços.
Sinto-me pérfido, frio, calculista mas nunca, nunca me senti tão quente, tão ansioso e deslumbrado.
Estamos a 1 passo da tua cama. Também o sentes?
Sem provocação.
Sem dúvida.
Sem plano.
Sem razão..a 1 passo.. da mudança. [,,]

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Metade de mim

























[,,] Não quero viver o resto da minha vida a pensar em ti e a sonhar com o que poderia ter sido.
Uma vez disse-te que não te podia prometer que nunca te ia magoar.
Assim como tu a mim.
Porque sei que não existem pessoas perfeitas, mas sei que ainda existem algumas boas, como tu.
Sei que todos temos experiências menos boas que nos deixam marcas para o resto da vida, mas não podemos ignorar o coração para não termos desilusões, e sobretudo não podemos condenar á partida todas as pessoas que se tentarem aproximar, por coisas que não fizeram, porque vamos sofrer na mesma e fazer sofrer também.
Por tudo isto, por mim, por ti e pelos bons momentos que já partilhámos, pondera se será mesmo este o melhor caminho.
Desculpa se te estou a desiludir ao insistir e se te desiludi, mas morro de saudades tuas.
Que a força do medo que tenho não me impeça de ver o que anseio.
Que a morte de tudo que acredito não me tape os ouvidos e a boca.
Porque metade de mim é o que eu grito, mas a outra metade é silêncio.
Que a musica que eu ouço ao longe seja linda, ainda que triste.
Que a mulher que eu amo seja para sempre amada, mesmo que distante.
Porque metade de mim é partida e a outra metade é saudade.
Que as palavras que falo não sejam ouvidas como prece, nem repetidas com fervor, apenas respeitadas como a única coisa que resta a um Homem inundado de sentimento.
Porque metade de mim é o que ouço, mas a outra metade é o que calo.
Que essa vontade de ir embora se transforme na calma e na paz que eu mereço.
Que essa tensão que me corrói por dentro seja um dia recompensada.
Porque metade de mim é o que penso e a outra metade é um vulcão.
Que o medo da solidão se afaste, que o convívio comigo mesmo se torne menos suportável.
Que o espelho reflita no meu rosto o doce sorriso que lembro ter dado na infância.
Porque metade de mim é a lembrança do que fui, a outra metade eu não sei.
Que não seja preciso mais do que uma simples alegria para me aquietar o espírito.
E que o teu silencio me fale cada vez mais.
Porque metade de mim é abrigo, mas a outra metade é cansaço.
Que a arte nos aponte uma resposta, mesmo que ela não saiba, e que ninguém a tente complicar porque é preciso simplicidade para fazê-la florescer.
Porque metade de mim é a plateia, e a outra metade é a canção.
E que a minha loucura seja perdoada.
Porque metade de mim é Amor.. e a outra metade.. também..[,,]