Sometimes is never quite enough..

[,,] A saudade ensina ao coração o que sentiu e apreendeu quando estava a amar sem vontade ou sem prestar atenção. Ensina-lhe o que na verdade meteu dentro de si e jamais compreenderá - e que um dia deixará fugir.
A saudade é o castigo das almas puras, mas distraídas. [,,]

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Faz acontecer, que eu eu faço valer a pena
























Sabes Amor,
até mesmo os nossos silêncios são auto-reveladores de sabedoria e maturidade.
E nunca sinónimo de ausências, de não saber ou não ter algo para dizer.
O sublime silêncio que repara os erros,
que seca as lágrimas,
que apara arestas,
que fecha feridas,
que induz ao raciocínio,
e abre as portas antes trancadas pela escuridão da ignorância,
permitindo a entrada da luz,
e o despertar da confiança.
Que apura todos os sentidos,
e querendo falar, não se fala,
querendo ouvir, não se ouve,
querendo ver, não se vê,
e querendo tocar, não se toca, não respira, não se sente,
apenas se pressente todo o desejo latente e perdido.
O silêncio,
para que todo o pensamento flua,
e reconhecendo cada erro,
cada falha,
a alma arrependida, destila-se e depura-se,
concebendo o dom do perdão e da humildade.
Para que se faça tangível a razão,
reconhecendo os jardins dos desamores,
transformando-os em jardins de flores,
no templo puro e cristalino do coração.
Para que todas as mágoas desapareçam,
todas as dúvidas se convertam em confiança e as esperanças perdidas sejam recuperadas na certeza de uma alegria docemente renovada.
Silencio,
para que, mesmo a teu lado, eu me lembre de ti.
De cada momento.
De cada sentimento.
De cada beijo tímido dado no primeiro encontro,
mas que nada deve ao pudor ou nada deve à saudade ou mesmo aos desatinos das nossas almas separadas por uma curta distancia física ou temporal.
Silencio,
ao ver a Lua cheia e luminosa, e me lembre da ternura viva dos teus olhos.
Ao ver o mar em repouso, iluminado pela Lua e me lembre da suavidade e da doçura da tua paz.
Ao ver o manto suave das nuvens, e recorde a tua pele macia e sedosa.
Ao ver o nascer do Sol, e me lembre do encanto do teu sorriso.
Silêncio,
para que quando recordar cada toque da tua pele, ainda sinta o perfume do teu corpo.
Quando recordar o calor dos teus lábios, ainda sinta o toque quente e húmido nos meus.
Quando recordar cada encontro, ainda sinta a sensualidade doce da tua voz.
Para quando recordar cada lugar que partilhámos juntos, ainda sinta a energia das tuas mãos a apertar as minhas.
Amor, quem sou…? Sou feito de sentimentos, emoções, de luz, de amor.
Sou a voz que tu ouves quando pedes um conselho,
ou que te acalma depois de uma insegurança disparada por ti a mil à hora,
sou quem te abraça apertado, talvez agora, enquanto lês estas palavras, eu esteja aí ao teu lado, a olhar dentro dos teus olhos como quem quisesse ver o que teu coração sente enquanto me lês, e mais tarde, à noite quando te deitas para dormir, sou aquele que está sentado no chão, descalço no canto do teu quarto e nos teus sonhos sentado ao teu lado esperando que adormeças..protegendo o teu sono.
Se ao menos pudesses perceber-me, se notasses o que sinto ao teu lado..
basta quereres, basta por alguns instantes fechares os olhos, como se nada mais existisse, deixa-me chegar perto de ti... abraço-te... sente o meu coração a bater ao compasso do teu... sente que não estás sozinha, nunca estiveste! Apenas esqueceste... então, amor, abre os olhos... e vê os meus... para me (re)conheceres.

Sabes Amor, quando te vi pela primeira vez perguntei-me porque é que alguém como tu havia de reparar em mim.
Quem sou eu para pedir para que repares em mim?
Apenas um menino-homem que se deixa levar pelas suas emoções,
que desconhece o que é errado...
e se entrega, e se rende...
vagueando por estrelas, nuvens, pelo céu escuro da noite...
sentado ali em cima a olhar por ti...
Amor, eu queria dizer-te
nem sei o que dizer...
como há tanto não encontro palavras.
Queria dizer-te que os peixes nadam no aquário branco do meu pensamento.
Que a terra anoiteceu à tua procura e que me perdi nos labirintos das planícies.
Que as chuvas foram tantas que os estendais caíram com o vento e que já fui triste nos instantes de amor e sabedoria.
Queria falar-te do teu abraço que contagiou a minha tarde e a noite;
Do brilho dos teus olhos que permanece em mim;
Que a saliva da tua boca permaneceu em mim, no meu rosto, na minha boca.
Queria falar-te do meu anseio, que é maior que o poema que já ouviste, e tão grande como os teus sentidos.
Queria encontrar-te agora neste dia, nesta noite, para que pudesses adivinhar o que se passa aqui dentro;
Que pudesses sentir a presença do meu barco a navegar num mar de imagens e que nos perdêssemos no horizonte do mundo como dois passageiros...os únicos.
Queria dizer-te que queria sentir-te agora, neste exato momento.
Queria dizer-te que a fonte será sempre a mesma,
onde poderemos beber no dia em que sentires saudades.
Queria falar-te da inutilidade do tempo, das crenças, da solidão, do silêncio, dos deuses, das chuvas e dos ventos.
Queria falar-te do amor, mas que soubesse falar do branco, sem esquecer as outras cores, que os teus olhos pudessem ver-me num dia de luz, navegando nos rumos do acaso,
que pudesses alcançar um país distante, onde fosses passageira da minha noite,
onde fosses assim, mulher, assim tão bonita como és.
Queria dizer-te que me esperasses,
porque a madrugada está gravada, mas o dia não tarda.
Queria dizer-te que os meus dedos tremem,
porque neste momento a tua voz percorre o meu corpo,
a tua imagem percorre o meu pensamento.
Queria dizer-te que os teus olhos estão guardados em mim.
Que a terra é uma planta infinita e que o infinito mora em ti como uma árvore no meu peito,
que o campo do meu encantamento é tão amplo como a visão dos mágicos.
Queria dizer-te que o tempo não existe.
Que queria passar contigo os pensamentos e eu queria dizer-te tanto, tanto... mas não consigo.
Eu não queria dizer nada, eu só quero abraçar-te.
Simplesmente abraçar-te. E ficar assim.
Amo-te.
Faz acontecer, que eu eu faço valer a pena. [,,]

segunda-feira, 14 de maio de 2012
























O céu ganhou uma estrela

 [25 Março 2012]

[,,]Hoje o céu ganhou uma estrela
Hoje perdi a minha avó.
A última avó.
Oitenta e três anos de vida.
De doçura.
Em vez de me prender à perda, tentei, em vão, celebrar a vida que teve.
Uma celebração do que melhor podemos retirar desta vida.
Do amor. Da partilha. De um abraço incondicional e com cheiro a eternidade.
Tentei celebrar e agarrar-me aos momentos únicos e deliciosos que vivemos juntos em familia.
Agarrar-me ao carinho e ao amor que estiveram sempre presentes. Aqueles que são genuinos. Momentos no seu estado mais puro de amor.
Sabem o que isso é?
Porque os avós mimam-nos como ninguém.
É um amor de avós.
Não se explica.
Nâo se define.
É aquele amor e pronto.

Tenho presente a todo o instante o sorriso no teu olhar quando me vias. E quando já adivinhavas que ia dizer uma das minhas piadas. Esse riso tantas vezes tímido que esboçavas quando eu fazia uma brincadeira. E o teu olhar sorria e derretia-se.
De te abraçar e de ficares com a tua cabeça no meu peito e de eu fazer que te procurava porque não te via por seres "pikena" - dito com sotaque alentejano. Abanavas a cabeça como que dizendo "não tens juízo nenhum". Mas não largavas o abraço.
O orgulho com que me apresentavas às pessoas e como falavas de mim.
O teu rosto espreitando na janela enquanto estacionava o carro para mais um fim de semana.
De ligares quando vias na TV que tinha havido um temporal na cidade, e querias saber se estava bem.
Ou vias o trânsito na ponte para Lisboa e dizias "ali há-de ir o meu netinho" -sim porque os avós dizem estas coisas. Tal como acham sempre que comemos pouco.
De saberes aquelas coisas que só os avós sabem e que não vem nos livros.
De nos sentarmos à volta da lareira no inverno e ficarmos na conversa entre um chá quente e um biscoito, ou de um doce de Natal.

Todas as pessoas deveriam ter o carinho e o amor de uma avó como eu tive.
Sou um privilegiado pelos momentos que me fizeram crescer e que contribuiram, de uma forma definitiva, para o homem que hoje sou.
Recordo-me que desde sempre senti-me um priviliegiado por ter conhecido todos os meus avós. De poder partilhar com eles a minha vida, o meu tempo, de beber da sabedoria deles. Porque sim, é verdade, os avós têm sabedoria. Têm a experiência da vida vincada no rosto, na pele e na alma.
E em momento algum, pensei sequer que existe um "lado perverso" nesta felicidade. Perdê-los. Um a um.
Hoje o ciclo encerrou-se.
Mais uma estrela que ganhou vida.

Conheço de cor os cheiros da casa.
Os sons.
A aspereza da tua mão, envelhecida pelos anos que passaram e pela vida que viveste nesse alentejo profundo, mas tão puro.
Conheço o teu olhar inocente e doce.
A cor do lenço que usavas na cabeça.
Dos manjericos que semeavas cuidadosamente nos vasos para oferecer aos vizinhos.
A cor branca do teu cabelo.
O cheiro da comida no forno, que nos esperava para mais um fim de semana.
Do arroz doce que só a avó sabia fazer.
De em criança ir sentar-me no poial ao sol, à porta de casa, em pleno verão de 45º e dizer-te que ia lá para fora para estar à fresquinha.
De irmos os dois buscar os ovos ao galinheiro e à horta e comermos a fruta das arvores, de apanharmos uvas e figos.
Da tua paixão por flores.
Do mealheiro que te trouxe de uma excursão a Coimbra e que me custou 100escudos "poupados milimetricamente" para que o pudesse trazer para oferecer.
Das noites de Natal,  de ir deitar e encontrar debaixo da almofada o teu presente de Natal, e no dia seguinte perguntares com carinho "o que é que o menino Jesus te deixou no sapatinho" - que era como chamavas o presente que me deixavas.

Não sei se esta viagem que decidiste fazer é para longe, se é distante, mas sinto-te como sempre senti. Perto. A um passo de mim. E avó, guardo comigo a certeza que nesta viagem que agora fazes, vais estar sempre de sentinela a zelar e olhar por mim, por aqueles que amo e que abraçaste em vida. Nesta vida. Na minha vida.
E sei, com a certeza de uma vida, que brilhas lá bem no alto, com aquela luz de estrela, e vais guiar-me no caminho que irei percorrer.

Acho que ainda não chorei tudo o que tinha de chorar por ti. O meu mundo, que andava perdido, desabou. E senti-me sem chão. Não consegui chorar tudo, avó. Às vezes tenho medo que rebente dentro de mim este choro contido. Ainda guardo este nó no peito por te ter perdido.

Protege-me. Eu sei que o vais fazer. E sei que vais espreitar sempre da janela e olhar por mim. Por nós. Toma conta de mim. De nós.
Um beijo de amor no teu coraçao onde quer que estejas.

Estou cansado de perder as pessoas que amo. As pessoas que amo. [,,]

domingo, 15 de janeiro de 2012

Carta - cap. VII























[,,]
Ontem é hoje.
“Sabes, eu acredito.. porque a vida me ensinou que o que sentimos é sempre mais puro do que pensamos vezes sem contar...”

Ontem.
Ontem, o mar sorriu para mim. Estava mais calmo do que nunca.
Aquele que um dia sorriu quando nos conhecemos pela primeira vez. Nesta vida. Noutra vida. Pouco importa. Estava tudo lá. O carinho. O alívio de seres tu. De existires. Talvez tenham escasseado as palavras. Não foram precisas. As palavras, as pessoas, a música... meros adereços.
A vontade de partilha era a de uma vida, de sempre. E o encontro, esse era de minutos contados.
Uma Lua que espreitava linda no céu. Um sorriso. Dois. Uma cumplicidade. Duas. Duas almas. Um sonho. O sonho era antigo. O de sempre. Assim como o olhar. Aquele que me enternecia todas as noites ao deitar depois de te ter conhecido.

A viagem ainda agora tinha acabado de começar.
Se existem momentos perfeitos? Aquele foi nosso! E de mais ninguém.
O toque, a cumplicidade, os abraços, as mãos, os beijos.. quis perdurar todas aquelas sensações, nunca vividas, por toda a eternidade.
A eternidade que se resumiu a minutos.
 
Hoje é amanhã.
Hoje o dia fez-se azul e o mar estava tão sereno e brilhante. Ultimamente tenho-me detido em frente ao mar, inalando a brisa salgada e absorvendo o som grave das ondas misturado com o grito estridente das gaivotas. E assim fui adquirindo este apaziguamento. A solidão destes momentos tem-me permitido reflectir sobre uma imensidão de questões sem respostas, sobre ansiedades e impaciências.
A calma que sinto permitiu-me sentar e escrever-te.. permitiu-me regressar ao tempo em que fugia do mundo e me deixava levar pela inspiração.
Dei por mim a folhear as cartas que te escrevi e que imprimi para as tornar mais próximas.
Olhei para trás, para nós.. Vi-nos iguais, diferentes, numa intemporalidade difícil de definir, mas tão fácil de sentir...
E ao lê-las percebi porque me apaixonei por ti.. pela tua alma. Porque fazes vibrar a minha alma de emoção sempre que em ti penso, porque ao ler-nos regresso a casa e volto para mim mesmo.
Vejo em ti os sonhos que sonhei; vejo o mar azul banhado por um sol dourado e sinto uma segurança nunca antes experimentada.
Desde que te conheci. que não passou um dia sem me lembrar das tuas palavras, dos teus risos, dos sonhos e da fantasia, da vontade térrea de querer encantar o espaço e prolongar o tempo indefinitivamente.
Apesar de homem do mar.. senti nos meus pés descalços, a areia da praia.. como nunca antes tinha sentido..

Tenho-te comigo desde sempre, desde que te mostrei a verdadeira descrição dos meus olhos, do meu abraço.. que partilhámos o nosso primeiro luar e inevitavelmente o primeiro de muitos suspiros.. momentos que ficaram retidos na memória do coração, a mais caprichosa e apaixonante, que tem vontade própria.
Hoje não quero racionalizar o nosso amor.. apenas me basto com a sua existência. Porque o nosso Amor.. é tudo... é o mundo... é a vida... é tudo o que sou.
 
E hoje é quase amanhã...
Nem sei como vou reagir quando os meus olhos pensarem nos teus.. Não sei se controle a ternura do corpo e o trémito inquieto do coração, ou se me deixo cair sem defesas nos teus braços.
Mas independentemente do tempo, do ontem, do hoje e do depois, quero dizer-te que estou aqui..sempre. Quero gravar neste tempo que nos guia, que te amo... Intemporalmente.. 
E independentemente do amanhã quero ser para ti um sempre... um sempre paradoxal que mistura o passado, o presente e se projecta no futuro, continuamente...em amor. Sempre em amor. [,,]

[,,]Quero ser[,,]



[,,]Sabes, desde sempre sonhei em viver as trivialidades da vida juntos, de mão dada num passeio cheio de gente, num areal deserto..
Adoro-te, e arrisco sem qualquer receio dizer que te amo desde o dia em que nos encontrámos, quando despertou em mim aquele medo terrível de te poder vir a amar e te perder...
Um carinho tal, como jamais senti igual.. que me arrepiou e fez sentir que pela primeira vez alguém me poderia amar de verdade..

Sou fã das românticas histórias de amor como no cinema, porque no fundo acredito no amor.. Adoro fins trágicos e marcantes, despedidas chorosas e os encontros escaldantes dos filmes...
Adoro deitar no colo e ficar quietinho, sentir a arrepiante sensação de um cafoné, sentir a respiração e ouvir o bater do coração. Gosto de olhar dentro dos olhos e beijar a testa, mexer no cabelo ou abraçar. Dar beijos meigos, longos, e sonhar.. Ficar de mãos dadas no cinema.. Comer gelado com a mesma colher.. Sentar-me à beira mar e eliminar os sons.. um a um.. até não ouvir nada mais que o vento.

A minha perdição ?  A minha doce perdição és tu..desde o dia em que te conheci..
Há acasos perfeitos na vida.. tu és o meu.
Vou deixar-me levar pela maré e pela corrente deste amor e desta paixão que, em golfadas de vida, me preenche as tardes, os dias e os sonhos. Flutuar ao sabor das fases lunares e associar-te sempre à magia dos seus efeitos.
Hoje, amanhã e sempre quero acostar nas tuas margens e ancorar no teu porto, beijar-te e dizer.. “ Estou aqui.. ”, obter o visto vitalício para permanecer no teu coração.
Quero ser para ti o doce acordar matinal, o canto do pássaro que te pousa no beiral da janela.. quero conseguir arrancar-te à tristeza e elevar-te às nuvens. Falar-te ao ouvido, arrepiando-te o corpo; dar-te a mão e prender-te subtilmente a mim. Quero parar o tempo e encurtar o espaço, ser dono das leis da física e transportar-te com o pensamento para perto de mim; ultrapassar as galáxias e percorrer os túneis do tempo, só para te beijar.
Quero adormecer-te no meu peito e entrar nos teu sonhos, dançar para ti, envolver-te com o olhar, e perder-me contigo pelas ruas.. pelo mundo..
Quero ser para ti aquele pequeno nada, aquela pequena coisa, aquele sopro de vida, a luz do teu dia, a lágrima que te desce pela face, apenas para fazer parte de ti, por um instante..
Gosto de ti, amo-te de paixão, reanimaste o meu coração.. estás definida cá dentro.
É uma loucura, uma doce loucura.. Arrepiante, desconcertante..

Sabes Amor, "estas palavras são coisas pequenas"... que comprovam que o divino existe dentro de cada um de nós. Para nos fazer acreditar que voltamos a nascer quando alguém nos conhece e que podemos crescer num novo ser, numa nova estória; nos podemos reinventar em gestos e atitudes, nos transformarmos em diferentes sons e multiplicarmos emoções...
És magica, porque já me entras pelo pensamento nos momentos que em sinto as cores, os cheiros, os sabores.. Acho que todos temos o dom de ser mágicos e feiticeiros quando o que sentimos é genuíno.
 

[,,]A nossa outra metade[,,]



[,,]Quando era mais novo e tentava perceber os mecanismos da existência, acreditava que voltávamos sempre da morte. Depois, acreditei que ao morrer nos dividíamos em dois seres, um feminino e outro masculino, e que a nossa missão era encontrarmos, em vida, a nossa outra metade.. Cresci e ainda não acredito em acasos. Ficou-me a teoria romântica na memória e é dela que me alimento e que me faz viver...

Como se tivesse nascido no momento em que cruzaste na minha vida.. senti-me “eu” mesmo. Pude ser aquilo que sempre fui, ou melhor, aquilo que um dia fui.. revi o meu jeito, as minhas expressões, o meu sorriso natural.

A minha expectativa em relação a ti, vive do momento, do presente, do que me dás, do futuro com o qual sonho, do carinho, da atenção que “devoro” como uma criança que come um gelado...
Mais do que um sonho, entraste na minha vida assim de rompante.. como um raio de luz que nos desperta de manhã e sussurra bem devagarinho: “.. Vem, acorda que o dia espera por ti..”
 
Tu és tal feiticeira, uma linda sereia corajosa, saindo de um mar de água sem gosto, para o meu mundo de luz, amor, cores e cheiros, sonhos e fantasias, de mãos dadas, de abraços apertados, de carinho e paz.
E neste mundo em que vivemos, penso às vezes que não restou um só dragão. Não há mais qualquer bravo cavaleiro, nem uma única princesa a passear por florestas encantadas. Penso às vezes que a nossa era está além das fronteiras, além das aventuras. Que o destino já passou do horizonte e se foram para sempre.
Mas é um prazer estar enganado. Princesas e cavaleiros, magos e feiticeiras, encantamentos e dragões, mistério e aventura.. não existem apenas aqui e agora, mas também continuam a ser tudo o que já existiu nesse mundo!
No nosso século só mudaram de roupagem. As aparências tornaram-se insidiosas, que princesas e cavaleiros podem esconder-se uns dos outros, podem esconder-se até de si mesmos. Contudo, os mestres da realidade, ainda nos encontram em sonhos para dizer que nunca perdemos o escudo de que precisamos contra os dragões, que uma descarga de fogo azul nos envolve agora, para que possamos mudar o mundo como desejarmos. A intuição sussurra a verdade! Não somos poeira, somos magia! E é nesses momentos que fecho os olhos e sigo a intuição... que me guia até ti! Sempre.

E sinto-me de novo com a idade mágica! Transporto-me à época em que percebi que a vida estava mesmo à minha espera! Voltei a acreditar que ia continuar igual, fiel àqueles amigos e que em nada ia ceder à dita vida. E agora, quando penso nisso, se calhar nem cedi.. só adormeci um bocadinho.. e fui acordado por ti.. e continuei a acreditar na vida. Forte, bonita..e na maneira como uma mão estendida e um amor no peito pode mudar tudo, um carinho...o amor puro...obrigado Amor.