Sometimes is never quite enough..

[,,] A saudade ensina ao coração o que sentiu e apreendeu quando estava a amar sem vontade ou sem prestar atenção. Ensina-lhe o que na verdade meteu dentro de si e jamais compreenderá - e que um dia deixará fugir.
A saudade é o castigo das almas puras, mas distraídas. [,,]

terça-feira, 28 de maio de 2013

For a thousand years


























[,,] Pus de novo a tocar a nossa música, para ter a sensação de que estou mais próximo de ti.  
Não sei se sentes a minha falta ou simplesmente já me esqueceste.
Como diz a música, "for a thousand years". 
Um amor feito de corpo, de suor e de silêncios.
Silêncios descomprometidos e defensivos do nosso viver solitário que ambos conhecemos tão bem, porque um dia amamos e perdemos. 
Silêncio que nos protege de nós mesmos e do arrepio que nos faz tremer o corpo quando nos tocamos.
Aprendemos algures no tempo que as palavras são vinculativas e que uma vez ditas, dificilmente são apagadas.
Palavras que nos modificam..
Por isso te disse ontem, meio a medo, arriscando tudo "Amo-te"!  Querendo desta forma alterar as malhas do destino e fazer-te minha, um pouquinho minha.
Perdoa-me. Sei que é leviano falar assim de amor, mas porque não?
Porquê perder o tempo e o momento certo?
A palavra fica sem substância, sem peso e perde sentido. Volatilizando com ela qualquer eventual vinculação.
Meu amor, meu amor, deixa-me ver-te assim, um pouco minha.
Deixa-me vislumbrar um pouco desse "nós" que ainda não se fez, e que a minha esperança teima em fazer-me acreditar que ainda é possível vir a existir!
Sempre que penso em desistir de ti e seguir outro caminho fico angustiado, sufocado com a perspectiva de deixar de te poder tocar e absorver. E temo que me esqueças irremediavelmente e me coloques no sítio mais distante da tua memória, um sítio sem importância e sem história. Abandonado a esse lugar resignado de ausência. Não. Não quero ser isto para ti! Um recanto obscuro da vida no qual se depositam as fraquezas.
Quero ser a tua luz, a janela aberta com vista para os sonhos e a esperança. 
Mas hoje, deitei-me com a sensação que não passo desta sombra, fria e escondida, onde te refugias sempre que a luz te ofusca e a janela se fecha.
Meu amor, como gosto de te amparar nos braços e deixar-te descansar neles.
Não sei se ainda me amas .. Ou finges não amar...
Por vezes quase que o vejo nos teus olhos quando me invades vorazmente nesse
desespero do desejo contido, abafado em gemidos, misturado com a loucura de um momento. E dizes-me, ofegante, que me adoras, enquanto me apertas contra ti nessa ânsia de me domares, nesses momentos vibrantes, sem censura, que te sinto como tu és e te acolho toda.
Se eu pudesse colocar-te esse amor no peito, para ver nos teus olhos essa luz perdida e sentir nessa boca o sabor doce de um beijo dado sem tempo.
E eu seria inspiração, alento, traduzido em música, em memórias, em quereres.
Ao mesmo tempo que o cd vai passando, rápido, e a música se espalha, cai sobre
mim a esperança de um dia, quando me abrires a porta e me rodeares a face com as mãos, olhes para mim e vejas quem sou. 
Eu, como tu; ali para me dar e para te receber; tu, para finalmente me reconheceres no homem que me tornei .. Meu amor.
Eu, em carne e alma.
Num amor voraz que o tempo teima em não fazer cumprir.
Num atraso inexplicável que me queima a lógica e me turva o sentimento.
Amo-te.
E isso é definitivo. [,,]